E a série de entrevistas com os candidatos a Prefeitura de Belém continua. Esta semana o blog conversa com Jordy. Ele que já participou do movimento estudantil em oposição ao regime militar, já foi vereador por quatro mandatos seguidos e em 2010 foi eleito Deputado Federal com 201.170 votos, sendo o mais votado de Belém.
Na sua opinião, dos candidatos que estão na disputa à vaga de prefeito, qual é o
melhor?
Penso que ao longo de 17 anos como vereador de Belém
e seis anos como deputado estadual me capacitei a conhecer e compreender os
graves problemas a serem enfrentados em Belém. Tenho condições de realizar uma
gestão honesta e competente à frente da Prefeitura. Assim, me sinto capaz de assumir o desafio de
encontrar soluções, em parceria com diversos atores sociais, para enfrentar os graves
e urgentes problemas da nossa cidade.
Portanto, sem desmerecer ninguém, acho que estamos
preparados para articular as parcerias e fazer uma gestão eficiente,
democrática, transparente e, insisto, voltada a atender de forma prioritária
aqueles que mais precisam.
Quais os
seus projetos para o trânsito da capital?
Não é possível falar em trânsito sem tratar da
questão do transporte coletivo, que é o maior desafio para a mobilidade urbana.
O problema do transporte público não é só um problema de comodidade e conforto,
é um problema de cidadania, inclusão e economia. Belém está completamente
congestionada. Foram cerca de 16 mil veículos particulares incluídos no
sistema, por ano, na última década, e nesse período não foi construída qualquer
estrutura viária de mobilidade na cidade. Um cidadão que passa quase duas hora imobilizado no trânsito, está ocioso
e poderia estar estudando ou produzindo. Imagine 1 milhão de pessoas por dia
vivendo esse drama. Quanto isso representa para a economia da cidade? Quanto
está se perdendo em atividade humana, em PIB?
Então, a solução do trânsito em Belém passa, também,
por um forte investimento no transporte coletivo que ofereça ao usuário conforto,
higiene e segurança. Além da racionalização do sistema para evitar o excesso de
empresas operando nos principais corredores da cidade, também é necessário reduzir
a circulação de carros particulares oferecendo, como opção, um transporte
público de qualidade. Está em execução o BRT, que em parte pode resolver a
situação do transporte. O projeto é absolutamente importante, mas o arranjo que
foi feito é que está gerando confusão, inclusive há questionamentos técnicos e
judiciais.
Outro fator importante é a necessidade de se criar
condições de uso da cidade. Novas vias e duplicação de muitas que já existem podem
nos ajudar a enfrentar essas dificuldades. Temos a Artur Bernardes, a Rodovia
do Tapanã, a Perimetral, que podem ser exemplos de vias a serem duplicadas.
E os
projetos para a saúde?
Na área da saúde temos o pior teto da atenção
básica, da média e da alta complexidade. Veja o Programa Saúde da Família, por
exemplo: há 10 anos tínhamos 38% de cobertura, hoje estamos em 15%. Nossa
prioridade, já no primeiro ano de governo, é dobrar a cobertura desse Programa.
Também vamos ampliar as políticas voltadas para a saúde da mulher, da criança e
do idoso.
É nosso compromisso colocar em pleno funcionamento
todas as unidades de saúde, com medicamentos, materiais de procedimentos e
ainda construir mais um Pronto Socorro em Icoaraci, que atenderá uma demanda de
mais de 300 mil habitantes, além de contemplar moradores do distrito de Outeiro
e dos bairros Tenoné, Maguari, Parque Verde, Tapanã e Pratinha. Assim, garanto
que conseguiremos desafogar o
atendimento nos dois principais Prontos Socorros das áreas mais centrais Belém
e humanizar o atendimento no sistema de saúde do município.
Quais os seus
projetos para a educação?
Na educação, nosso desafio é garantir a entrada e
permanência de crianças e adolescentes nas instituições da rede municipal,
principalmente creches. São mais de 100 mil crianças fora da escola, o que
compromete o desenvolvimento futuro da sociedade. Também estamos atentos para a
necessidade de elevar o nível de conhecimento dos alunos, qualificando
professores e melhorando as condições do ambiente escolar.
As experiências com o Projeto Escola Bosque pretendo
fortalecer e ampliar para outras localidades, como Mosqueiro, Cotijuba e Combú, além de ampliar o ensino de
informática nas escolas municipais e introduzir o ensino de música, como forma
de ampliar o tempo de frequência dos alunos nas unidades de ensino.
Também propomos uma forte campanha de incentivo para
que as escolas obtenham desempenho satisfatório nos índices nacionais de
avaliação. Esse processo poderá ajudar a superar o número de analfabetos
funcionais e melhorar a qualidade do ensino em Belém.
Quais as
suas diferenças perante os outros candidatos?
Faço política
por convicção e de forma ética e comprometida com os interesses do povo. Em minha trajetória de mais de 30 anos de
vida pública, nunca me envolvi em negociatas políticas, nem em esquemas de
corrupção e nem construir fortuna com a atividade parlamentar. Ao contrário, nesse
tempo, me dediquei a estudar e compreender os problemas de nossa cidade. Não há
uma política pública em Belém que não tenha tido a participação do meu mandato
nos anos em que fui vereador da capital. Portanto, conheço o orçamento de Belém
e sei quais são as dificuldades a serem enfrentadas.
Também
nos diferenciamos ao protagonizar a adesão do Programa Cidades Sustentáveis em Belém.
O protocolo assinado do Programa Belém
Sustentável, me responsabiliza, caso assuma a Prefeitura, a garantir uma gestão
pública pautada em indicadores de enfrentamento de problemas urbanos
como o do lixo, da água potável, do transporte e da saúde pública, garantindo a
participação popular na fiscalização e controle desse processo.
Candidato,
você não sente vergonha em morar em uma cidade suja?
Belém
tem gargalos em vários setores, principalmente por conta da administração pífia
do atual gestor. A questão não é de se envergonhar apenas pelo abandono na
higiene devida à cidade, mas também aos setores de Saúde, Segurança e Transporte que estão caóticos.
Belém é a pior
capital do Brasil em arborização, o que é lamentável, porque estamos no coração
da Amazônia. Essas questões precisam ser enfrentadas urgentemente pelo poder
público, e como isso não está dissociada de outras ações como a melhoria do
trânsito, da formação de uma consciência ambiental através da educação, da
recuperação de nossos rios e da manutenção da cidade com ações de limpeza e
combate à cultura da diluição do lixo em nossas águas, é que acredito na
possibilidade de melhorar esses serviços com a parceria com as ongs, igrejas,
escolas, imprensa e a comunidade local.
O que tem
a dizer sobre a gestão Duciomar Costa? O que achou?
É uma
gestão que apresenta muitas dificuldades. Não houve um planejamento eficiente.
Muitos projetos sofreram questionamento do Ministério Público e outros tiveram
quer ser interrompidos por exatamente apresentar problemas na sua execução e
financiamento.
As
pesquisas mais recentes mostram a insatisfação com a atual gestão. Penso que essa
administração não soube enfrentar os graves problemas deixados pelas gestões
anteriores, tanto que hoje mais 40% da
população se encontra em situação de miséria, com renda inferior a um salário
mínimo. Outros indicadores comprovam que Belém possui índices terríveis de
desenvolvimento humano, de saneamento básico, de água potável, de educação básica,
de arborização e o pior teto de saúde das capitais brasileiras.
E sobre a
gestão Simão Jatene?
Minha
avaliação é positiva, uma vez que o governo
Simão Jatene tem avançado em questões importantes. Uma delas é no equilíbrio
fiscal do Estado, o que tem permitido conquistas importantes nas áreas da
Educação, Saúde, Segurança Pública. Na
Educação, por exemplo, assegurou o pagamento do piso dos professores, vai
implantar Educação em Tempo Integral nas escolas e está com amplo projeto para
recuperação da rede física de ensino. Inclusive, nós destinamos recursos de emendas via orçamento da União para
implantar e recuperar quadras poliesportivas nas escolas públicas.
Na Saúde,
foi investido mais de 1 bilhão de reais; isso é muito significativo. A gestão
estadual retomou obras importantes, como o hospital oncológico infantil e o
hospital de Tailândia, obras paralisadas há mais de três anos. Além disso, vai construir novos hospitais
regionais e vem investindo para a melhoria do atendimento nas unidades de Saúde da capital e do
interior. O Governo, também, tem visitado órgão e entidades, orientando a
prevenção e combate de várias doenças, além de capacitar profissionais de
diversas áreas para contribuírem com as medidas de medicina preventiva, como é
o caso dos batedores de açaí e médicos residentes. Uma das ações que penso ter
contribuído muito ao setor da saúde pública é a reativação do Presença Viva e
os investimentos para ampliação e qualificação da assistência de emergência,
principalmente no que diz respeito a reformar e equipar as unidades de
saúde.
O governo devolveu
ao Pará a realização de grandes eventos esportivos. Tivemos o torneio nacional
da Natação e no ano que vem teremos as Olimpíadas Brasileiras dos Estudantes,
além de tantos outros eventos que vêm sendo promovidos e que ajudam a cuidar da
autoestima da nossa população.
Na área da
Segurança Pública, os níveis de violência vêm caindo graças aos investimentos feitos
no setor. O combate à violência não é uma missão tão fácil para o governo, uma
vez que é um fenômeno
nacional e precisa da parceira da União para o combate ao tráfico de drogas e
de armas. Outra medida importante da gestão atual é a interiorização do Propaz,
que tem realizado ações de fortalecimento à cidadania e combatendo a exploração
sexual de crianças e adolescentes em áreas mais interiorizadas e distantes.
Foram mais de 400 mil atendimentos. E o PPS é aliado nesse trabalho. Destinamos
cerca de quatro milhões para o projeto, pois enxergamos nele um instrumento
eficaz para garantir o respeito aos direitos humanos.
Jordy, tem vergonha na cara e pede prá sair. Tu não te mancas ó desavergonhado?
ResponderExcluirO governo devolveu ao Pará a realização de grandes eventos esportivos
ResponderExcluirE aonde está um ginásio de esportes decente?
Ninguém ve isso?
Belkém é a única grande capital que não dispõe de um ginásio. Verifiquem São Luís, Manáus, Fortaleza e até cidades interioranas pelo Brasil afora.
É uma vergonha o tal "ginásio" da ESEF...