Bacana

¨¨DESCULPE, NÃO É QUE EU NÃO QUEIRA. É QUE NÃO POSSO¨¨.
A frase foi de Guga, ao se despedir das quadras por conta de problemas físicos nos quadrís. Me foi lembrada esta semana pelo pianista e agora maestro João Carlos Martins, que tive o privilégio de entrevistar para o Bacana da RBA. Martins me disse que quando viu Guga dizendo a frase, percebeu como era simples explicar todo o sofrimento por que passou, e que tentou explicar com entrevistas, livros, textos.
O pianista foi considerado um dos melhores do mundo, gravou toda a obra monstruosa de Johann Sebastian Bach, se apresentou em todas as casas importantes do planeta, foi ovacionado por platérias, músicos e imprensa. Mas um dia, jogando futebol, teve uma lesão que acabou resultando em um problema em uma das mãos. Aí, treinou muito e conseguia fazer quase tudo com apenas uma mão, quando o destino reservou a ele um assalto, com ferimento que posteriormente, veja que destino, lhe atingiu a outra mão. As dores eram brutais, e a solução foi retirar o nervo que ligada o braço a mão. Resultado, hoje ele toca com um dedo da mão direita e dois, precariamente, da mão esquerda.
Encontrou na regência um novo estímulo. Sua história transformou-o em uma celebridade nacional, admirado pelo seu povo como modelo de superação. Seu concerto no TP foi emocionante.
É isso, as vezes não fazemos coisas porque não queremos, fazemos porque limitações físicas nos impedem. Mas a história do maestro é otimista, mesmo não podendo, devemos levar a vida, com esperança. Há sempre um amanhã...