15 de nov. de 2009

Um nó

Uma coisa é certa, PT e TJ entraram em rota de colisão. A nota do PT foi motivada pela intervenção proposta pelo TJ e a nota do TJ uma resposta a nota do PT.
Mas tudo isso é confete para o público. O que está em questão são outras coisas;
1 - A movimentação do MST no Estado.
2 - O contra ataque dos fazendeiros aos ataques do MST.
Tudo se resume nisso, em fazendeiros e MST, MST e fazendeiros. Que o MST há muito passou dos limites me parece meio óbvio mas que a atitude do Governo em tentar levar essa questão sem conflitos como o de Eldorado dos Carajás também é real.
Aí se encontra a pressa e a necessidade dela em resolver desocupar as terras, motivo dos fazendeiros e a necessidade da prudência pela parte do Estado para evitar maiores conflitos, mais violência.
Talvez o TJ tivesse se saído melhor se, ocupasse uma posição de mediador nesta questão MST x fazendeiros x decisões judiciais x ocupação de terras x conflitos agrários com violência.
No fundo a questão agrária é aquele tipo de questão em que muitos estão errados, muitos estão certos e que só mesmo com muita mediação se pode chegar próximo a resolver isso.
Próximo, eu disse.
O resto, é loróta.

2 comentários:

Artur Dias disse...

Bacana, a questão agrária brasileira e, principalmente na Amazônia, é decorrente da desigual distribuição da terra.
Apoiada em séculos de políticas equivocadas mas acima de tudo, na política das conveniências, essa questão chegou a este ponto porque as "lideranças" de nosso Estado sempre tiveram a terra como instrumento de barganha política. Por isso tivemos os coronéis de barranco. Incapaz de desenvolver e implantar mecanismos de controle sobre a ocupação da terra, o Estado foi sendo ultrapassado pelo latifúndio, senhor dos cartórios onde documentos são esquentados a torto e a direito. Senhor da vida e da morte dos índios e caboclos nos rincões da floresta. O MST entra nesse quadro muito recentemente, mais sofrendo reveses do que propriamente causando males. Até porque o MST trouxe para o debate público o problema do qual muitos têm medo de falar, de enfrentar. É bom que se diga que certas reintegrações de posse nunca poderiam ser realizadas pelo simples fato de o "proprietário" ser dono apenas de um documento sem valor legal ou simplesmente falso.
Quem até agora confirmou as acusações contra o MST? Há alguma denúncia formal contra o movimento?
E o avião, que num dia caiu, no outro não se viu a mais leve menção à sua queda? Porque essas manipulações da informação? Não é mais honesto botar os pingos nos is, mostrar a extensão das irregularidades na ocupação da terra, mostrando a face oculta de tantos produtores rurais? Porque condenar o MST tão apressadamente enquanto a grilagem fica à solta, destruindo, ameaçando, roubando o patrimônio de uma sociedade?

Anônimo disse...

Parabéns Artur. Tu vais longe. Mas o que se está discutindo no momento é se o MST pode invadir e depredar propriedade alheia e ficar ao arrepio da lei pois nem mesmo existe juridicamente? Agora ésse negócio de desrespeitar decisão judicial é coisa de maluco. Cadê o "ESTADO DE DIREITO"