15 de dez. de 2009

Deu no THE WASHINGTON POST

China é a dor de cabeça do Brasil



O país do momento é o Brasil, aquele caldo de nacionalidades de quase 200 milhões de pessoas. Uma democracia próspera, que tem um presidente muito popular e acentuada queda da pobreza. Para manter seu sucesso maravilhoso nos trilhos, o Brasil pode ter que fazer algo que horroriza seus diplomatas: enfrentar a China. A vulnerabilidade do Brasil vem de sua moeda, o real, que saltou um terço em relação ao dólar no ano passado. Um novo aumento pode prejudicar os exportadores e tornar impossível aos produtores nacionais competir com as importações baratas, perfurando a vitalidade em que o milagre brasileiro é predicado. As forças motrizes (de valorização) do real não estão prestes a se inverter. O primeiro indicador é á fragilidade da economia dos EUA, que faz com que o Fed (banco central dos EUA) mantenha as taxas de juro baixas, induzindo o capital a procurar retornos mais elevados em quaisquer lugares. O Brasil é o destino favorito: suas taxas de juro são altas e as condições financeiras inspiram confiança. A segunda força motriz que está fortalecendo o real é a China. No último ano a China voltou a atrelar sua moeda ao dólar, então o yuan seguiu a queda da divisa norte-americana, martelando a capacidade do Brasil de competir com os produtos chineses. Enquanto isso, o ilogicamente fraco yuan atinge produtores em outros países, encorajando os bancos centrais a manter taxas baixas de juro e levando mais capital ao Brasil.

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