O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), comparou, em carta endereçada ao governo do DF nesta quinta-feira, o decreto de sua prisão preventiva com as consequências judiciais que tiveram casos como "o impeachment de Collor e mais recentemente a crise do mensalão do PT ou no governo do Rio Grande do Sul". Segundo ele, "não se viu medidas judiciais coercitivas dessa gravidade".
Hoje, o STJ decretou o prisão preventiva de Arruda pela suposta tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do mensalão do DEM. O governador se apresentou à Polícia Federal em Brasília e pediu afastamento do cargo.
Arruda diz ainda que seus advogados estiveram ontem no Superior Tribunal de Justiça (STJ), oferecendo um depoimento seu. Segundo ele, a oitiva foi considerada desnecessária.
"Com muita fé em Deus vou manter o equilíbrio e a serenidade para contribuir não apenas com a total elucidação dos fatos presentes, mas também com a mudança na legislação eleitoral e política brasileira, que dá aos vândalos os métodos próprios de sucessivas eleições e aos ingênuos as penas máximas da visão que impera onde o importante não é seguir a lei, mas saber ludibriá-la", afirmou Arruda.
O governador afastado disse que o episódio que vive faz "prevalecer a verdade sobre as armadilhas, as farsas, os golpes baixos da política, sobre as maquinações diabólicas que, mais cedo ou mais tarde, são desmascaradas".
Em carta enviada à Câmara Legislativa, Arruda afirmou que desarmou uma quadrilha que voltou-se contra ele para "confundir a opinião pública, confundir as autoridades e tramar a minha saída do Executivo, como se isso tivesse o poder de esconder as falcatruas que durante tantos anos praticaram impunemente". O governador afastado disse que enfrentará todas as dificuldades para que "bandidos, travestidos de mocinhos, sejam desmascarados".
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