16 de dez. de 2008

Lúcio Mauro em Belém







Lucio 80/30 permite a esses dois atores, Lúcio Mauro e Lucio Mauro Filho, reviver seus grandes personagens e homenagear os amigos que estão aí e os que se foram também. Uma reflexão sobre a profissão do ator, o ofício passado de pai para filho e a importância de se dizer “eu te amo”, ou mesmo, “obrigado”. Dois atores, dois comediantes, tão parecidos e tão diferentes, revelando o que cada um mais gosta no outro e o que não gosta também.

Textos declamados às alturas, música e muito humor. Tudo isso saindo de dentro de um quarto de hospital. Um filho lutando por seu pai e fazendo da arte uma terapia de cura.

Ao mesmo tempo em que a peça começa a criar forma, o pai, mais animado do que nunca, vai entrando em forma. E, quando menos se espera, o milagre acontece: ele está curado e pronto para estrear!

Processo de escrever - Unindo todas as experiências que tiveram, profissionais e pessoais, pai e filho começam a ensaiar uma peça onde passam a limpo suas vidas, seus acertos e erros, alegrias e vitórias, descobrindo onde suas histórias se encontram e revelando o imenso amor e admiração que um tem pelo outro.


JUSTIFICATIVA - Lucio 80/30 é uma celebração em cena, pois garante a oportunidade de comemorar os oitenta anos de vida de um dos maiores comediantes do nosso país. E não só isso... Também é uma exaltação à vida em família, aos filhos que escolhem a mesma carreira profissional de seus pais e de como cada um trilha seu próprio caminho sem esquecer as lições paternas.

Trata-se de uma oportunidade de apresentar como o ofício da interpretação cênica se transformou durante os últimos cinqüenta anos, sob a ótica de dois representantes de gerações tão diferentes.

Lucio 80/30 marca o encontro, pela primeira vez no palco, desses dois comediantes, pai e filho tão populares, num país onde a televisão se confunde com a vida das pessoas.

Para o pai, a sensação de ter um herdeiro legítimo da sua arte e do seu amor por ela. Para o filho, um legado que não é um fardo, mas uma fonte inesgotável de exemplo de profissionalismo, amizade e respeito ao público.


Lucio Mauro – ator

Há quase sessenta anos, Lucio de Barros Barbalho deixou Belém do Pará, sua terra natal, para viver o sonho de ser ator. Naquele tempo não existia televisão e nenhum pai tinha orgulho por seu filho seguir a carreira de ator. Mas Lucio partiu, deixando o pai seu Luis resignado e sua mãe Dona Júlia com a certeza de que aquele menino ia longe. E foi. Primeiro pra Recife, aonde trabalhou no Rádio, no Teatro, além de inaugurar a televisão no Nordeste. Lá atuou com Barreto Junior, Zé Santa Cruz, Arlete Salles, Procópio Ferreira, Bibi, Chico Anysio, dentre tantos outros. Do nordeste para o sudeste, Lucio foi pioneiro na implantação das redes de televisão. Passou pela TV Rio, Tupi, pela Excelsior, até pousar na TV Globo no Rio de Janeiro, onde fixou moradia. Fez personagens inesquecíveis, como o Fernandinho da Ofélia, o Da Julia (homenagem a sua mãe) de Alberto Roberto, em uma das muitas parcerias feitas com Chico Anysio, além de dirigir programas célebres como “Balança Mas Não Cai” e “A Festa É Nossa”. Casou-se duas vezes, e teve cinco filhos. Em um deles, colocou seu nome artístico, Lucio Mauro.

Lucio Mauro Filho – ator e diretor

Como se fosse uma praga do nome, Lucinho também foi mordido pelo bicho da atuação. Fez teatro desde cedo, no Tablado, onde estudou e trabalhou com grandes professores como Guida Vianna, Cacá Mourthé, João Brandão e Bernardo Jablonsky, além da mestra maior, Maria Clara Machado. Profissionalizou-se aos dezessete anos e iniciou uma bela carreira teatral, trabalhando com grandes nomes como Gugu Olimecha, Chico Anysio, Guel Arraes, João Falcão e Ivan de Albuquerque, seu mestre, com quem trabalhou durante seis anos até sua morte em 2001. Protagonizou importantes trabalhos como “Hamlet” e “Bravo Soldado Schweik”, além de participar de grandes sucessos de público e crítica como “Lisbela e o Prisioneiro” e “Homem Objeto”, espetáculo que lhe rendeu o Premio Austregésilo de Athayde da Academia Brasileira de Letras como melhor ator de teatro de 2002. Na TV, interpretou personagens populares como o Alfredinho na dupla formada com Jorge Dória para o programa “Zorra Total” e Tuco, filho encostado de “A Grande Família”, programa de humor de maior audiência da televisão brasileira, que está chegando aos cinemas em 2007. Casado pai de dois filhos, Lucinho não nega a origem e tem orgulho de poder carregar esse nome, Lucio Mauro, ao qual teve que acrescentar o “Filho”, para que o público possa saber quem é quem.

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