30 de ago. de 2009

Imagem inesquecível


Eu tinha 18 ou 19 anos, ia pela primeira vez sozinho em São Paulo. Andando pelo centro, aquele monte de gente, de assustar.
No meio dos prédios um rapaz cantava Paralelas e uma sena jamais sairá da minha cabeça.
Ele cantava tanto, tão bem que as pessoas começaram a atirar moedas pelas janelas dos prédios. O sol batia nas moedas e produzia um reflexo.
Jamais vou esquecer.
Belchior disse que não é uma celebridade. Não é mesmo, é um compositor fora de série, um cantor maravilhoso, celebridade não tem este talento.
Foi aí que procurei saber que música linda era aquela, foi assim que descobri Belchior.
Eis a letra do nosso rapaz latino americano.

Paralelas
Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor

E no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio
vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar

No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão

E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu

No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida Sasha, gostaria de lembrar-lhe que cena se escreve com C e não com S (a menos que derive de seis), que não é o caso em sua frase....

Blog Terra de Direitos Ano II. disse...

ELE É UNICO MARCELO... NADA A VER O PESSOAL DA GLOBO IR PROCURA-LO RS, DEIXA O PRAPAZ LATINO AMERICANO NA DELE, MAIS FOI MARAVILHOSO TER TIDO RESPOSTAS DELE.