13 de out. de 2009

Estadão dá cobertura a Dilma no Círio


BELÉM - A ministra Dilma Rousseff disse neste domingo, em Belém (PA) ser uma "questão de honra" para o governo federal a instalação de uma siderúrgica da Vale no Pará, que recebeu pressão do presidente Lula e da governadora do Estado, Ana Julia Carepa (PT), para não apenas tirar o minério de ferro, mas agregar valor ao empreendimento.


"Quando se fala em siderúrgica aqui, se fala para exportar", frisou, ao observar que uma parte da produção poderá gerar, no Pará, uma cadeia de fornecedores para a indústria de petróleo tanto na agregação de valor final como no estaleiro. "Acho que o Pará não pode abrir mão dessa vocação", acrescentou. "Estamos conscientes dela".



A ministra informou que o presidente vai exigir, nas próximas licitações da Petrobras, "que cada vez mais se descentralize as oportunidades de investimento". "Por isso esse primeiro passo da siderúrgica é tão importante". Ao comentar que o Pará é o lugar do mundo que talvez tenha o melhor minério de ferro, defendeu que o segundo passo será o de construir essa cadeia produtiva, com uma refinaria e um estaleiro, "fazendo daqui um lugar completamente diferenciado". Indagada se o governo federal acompanha a mudança na direção da Vale, ela disse não haver interferência do governo. "Não é questão do governo, é uma questão de grupos privados".



Segundo Dilma, o Pará é a grande reserva hidrelétrica do País, que produz biodiesel a partir da palma e tem grande potencial inexplorado. "Não é possível falar do Brasil nos próximos anos sem colocar o Pará no centro da conversa", complementou a ministra. "O Brasil só vai crescer se o Pará tiver um desenvolvimento sustentável, se o Pará incluir seus milhões de habitantes".

BELÉM - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aproveitou a procissão do Círio de Nazaré, na manhã deste domingo, 11, que reuniu dois milhões de pessoas, para fazer propaganda do governo Lula. Primeira vez que assiste à manifestação religiosa, ela disse ficado impressionada com o fato de muita gente carregar miniaturas de casas e até tijolos durante a caminhada em torno da Virgem. "Perguntei a duas pessoas que carregavam as miniaturas se era por agradecimento ou pedido", disse em entrevista à imprensa. "Uma respondeu que era por agradecimento, outra por promessa para conseguir uma casa".

"O governo está no caminho certo", avaliou. "Fico muito satisfeita com o fato de termos feito o programa Minha Casa, Minha Vida, porque é visível aqui a importância que as pessoas atribuem à casa, como o local fundamental para qualquer pessoa ter segurança, criar seus filhos, desenvolver suas relações afetivas, enfim ter um teto para desfrutar todos os momentos da vida - os bons e os ruins".



A ministra desembarcou em Belém na noite do último sábado, 10, vindo de Salvador. Jantou com lideranças da base aliada do governo, num encontro fechado, e hoje passou duas horas - das sete às nove horas - acompanhando a procissão do Círio, que qualificou como uma das maiores manifestações religiosas do mundo. Comparou a multidão de homens, mulheres e crianças a uma onda humana.


Dilma também ajudou a recolher crianças que se perdiam dos pais do palanque do governo do Estado - de onde assistiu à passagem da imagem da santa, ao lado do ministro das Relações Institucionais, Carlos Padilha, e da governadora Ana Júlia Carepa (PT).



Os políticos locais também aproveitam politicamente o ato de fé que mobiliza toda a população. "Uma realização do governo do Pará e da prefeitura de Belém", anunciava um alto falante enquanto, no chão, dezenas de fiéis desmaiavam no meio da multidão e eram socorridos por voluntários e pessoal do Exército, Cruz Vermelha e polícias civil e militar.



Depois de conceder entrevista, Dilma Rousseff embarcou para Brasília. A ministra, que vem fazendo uma peregrinação religiosa - desde encontro com evangélicos a missa de ação e graças na Igreja Senhor do Bonfim - disse que o périplo religioso não termina aqui. "No Brasil não tem como encerrar isso", afirmou, sorridente.

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