80 – Éramos adolescentes, escutávamos Barão, Titãs e Michael Jackson além de freqüentarmos a discoteca nos domingos no clube. As calças brancas e as calças coloridas eram a moda, o punk estava fervendo e o vinho quente era a bebida do inverno. Tancredo tinha falecido, Sarney vivia inventando seus planos econômicos e a inflação podia subir o preço de um picolé da manhã para a tarde. Na TV Roque Santero e o Perdidos da Noite e no cinema Rambo, nas pistas Sena e o surgimento dos meninos do vôlei nas quadras levando todos nós a tentar ser igual a um deles.
O Brasil via a queda do Muro de Berlin pela TV com um Bial bem mais interessante, Monique Evans era o sonho de consumo de todos nós e de vários lugares do país surgiam candidatos à primeira eleição democrática. Covas, Brizola, Afif, Maluf, Lula e um tal de Collor, gente nova que caçava marajás lá nas Alagoas.
Marília Gabriela entrevistava a todos em seu saudoso programa, e depois juntava eles nos deliciosos debates da Bandeirantes.
Elle foi eleito, corria, voava, bebia o que de mais caro tinha e tinha o que de mais sem graça um Presidente pode ter como primeira dama. Seu governo foi mais que corrupto, mais que falso, mais que patético. Foi um governo ladrão, principalmente de nossas esperanças, de nossa vontade de ver um Brasil com B maiúsculo, livre e próspero, como acreditamos não em sua campanha, mas lá atrás, nos palanques das diretas de Tancredo, que nem nos deixou sentir o gostinho do novo, levado que foi pela morte.
Hoje, na Isto é Elle diz que quer voltar a presidir o país. Na mesma revista, em outras páginas, Maria Adelaide Amaral e sua nova minissérie da Globo sobre os nossos anos 80. Lembrei desta época, graças às páginas da revista.
Collor pode voltar, Maria Adelaide vai nos lembrar na TV que o que tínhamos já era, Elle nos tomou e agora, não tem mais nada para nos tirar.
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