24 de ago. de 2008

As touradas portuguesas no Campo Pequeno de Lisboa



Primeiro eu ví por uma TV em Lisboa a tourada portuguesa, no outro dia fui ao Campo Pequeno, esta arena de cor de tijolo, belo prédio na Av da República onde acontecem as touradas.É um espetáculo diferente para nós brasileiros, alguns vão achar bonito outros não, principalmente pelo fato de ferir animais.
As de lá são diferentes da espanhola, os toureiros ficam em cima de belos cavalos, e com bastões atacam o touro. Na verdade é um teatro, cheio de encenações. Claro que o touro - de 300 a 650 quilos - não está lá encenando, mas tudo é feito de uma forma para deixar o grande animal em desvantagem.
Primeiro seus chifres tem as pontas cortadas, ao entrar no pátio o animal primeiramente é cansado por toureiros a pé, que chamam sua atenção de um lado para o outro fazendo com que ele corra e fique cansado.
Depois o toureiro em cima de um animal maior e mais veloz - o cavalo - começa a batalha com uma lança cumprida - todas são coloridas e cheias de fita - o que torna a aproximação mais difícil.
A cada estocada no bicho, as lanças vão ficando menores, claro que ele está cada vez mais exausto.
As touradas começaram por volta de 1870, são uma tradição por lá e existem temporadas em todo o país, atraindo muita gente. Ultimamente as manifestações contra ganham voluma, mas nada indica que o espetáculo deva terminar.
Diferente da Espanha os touros não são mortos - mas depois de jorrarem tanto sangue será que não morrem ? -, os toureiros estão muito bem vestidos, com brilhos, os cavalos são treinados para o espetáculo e os homens vivem disso e são aclamados por uns e odiados por outros.
Na arena, uma banda toca músicas de acordo com a exibição dos toureiros, que também fazem sua parte, desafiando o touro, logicamente sempre que ele está mais pra lá que pra cá.
O momento de maior adrenalina é depois de todas as lanças enfiadas no bicho, quando o toureiro sai e entra um grupo de homens para pegar o animal no braço. Um se posiciona do outro lado do chifrudo, e os outros ficam atrás dele em fila. O da frente fica chamando e gritando e aí o grandão sai em disparada e ataca o corajoso.
Os outros ficam atrás e são levados alguns metros pelo cansado animal. Na maior parte das vezes, não passa disso.
Em outras o bicho ainda tem força para mandar os caras para o alto - o que confesso que torci muito - e a adrenalina aí vale a pena. Outras vezes eles pegam o animal, um começa a puxar seu rabo e pode ser que ele caia. Na verdade, se tem alguém com coragem aí é este que chama o bicho pra si, e tem de se agarrar nele, o do cavalo é mais o galã da noite.
Na que vi, por duas vezes o touro mandou o moleque para o espaço, que tentava em vão segurar na cabeça do pretão e em seus chifres.
Só em uma terceira tentativa outro grupo conseguiu pegá-lo. Aí a graça tinha terminado e fomos embora.

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