Em 1990 assisti pela primeira vez Ney Matogrosso, em um show no Clube Estoril de Campo Grande Mato Grosso do Sul. Ney é de lá, do interior, acho que de Aquidauana - daí o seu Matogrosso - e vez por outra passava uns dias em Campo Grande, onde víamos o cara passeando pelas ruas, sempre andando.
O show era A Flor da Pele, em parceria com o violinista Rafael Rabello, já falecido. Foi de arrebatar, ele e Rafael no palco. Rabello era um dos mais talentosos violinistas do pais, já Ney talvez seja o mais versátil dos cantores brasileiros.
Soube passar pelos mutantes e deixar de ser um artista apenas performático ao mergulhar de cabeça na MPB. No meu DVD, seu trabalho cantando Cartola.
É lindo. Cartola entrou na minha vida através de um LP com vários cantores, tinha Gal, Caetano, Cazuza e acho que Ney.
Tive oportunidade de entrevistá-lo. Não queria falar, mas foi só eu tocar em Mato Grosso que tudo mudou, ele contou dos avós, das memórias, das ruas, do calor de Campo Grande.
Quando se tem histórias parecidas a conversa flui facilmente. Foi uma boa entrevista, que guardo como tantas outras na memória e também em fita.
Realmente um privilégio.
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