Em momento de crise, indústria do Pará mostra vigor e tem o maior crescimento no país em outubro
Apesar da crise financeira mundial já apresentar seus reflexos negativos na indústria brasileira, em outubro a indústria do Pará deu sinal de vigor, com crescimento de 3,1% em relação ao mês anterior. Foi o melhor desempenho entre os 13 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mais a região Nordeste (sem o Ceará, Pernambuco e Bahia). E mais: o Pará foi um dos quatro estados que registraram aumento na produção industrial; os outros dez tiveram recuo. E a média nacional ficou em -1,7%. Outubro marcou também a recuperação do desempenho da indústria paraense, que havia recuado 2,7% em setembro, depois de quatro taxas consecutivas de elevação.
O IBGE destaca que o mês de outubro, embora com um dia útil a mais que outubro de 2007, está marcado por quedas importantes em setores que concederam férias coletivas não planejadas ou efetuaram paralisações técnicas não programadas, num contexto de aumento da incerteza no ambiente econômico internacional. A influência desses fatores fica evidente no confronto entre o ritmo de produção do período julho-setembro com o de outubro: todos os locais, à exceção do Pará, mostraram perda de ritmo entre os dois períodos. As maiores perdas foram observadas no Espírito Santo (de 12,4% para -2,7%), Paraná (de 11,2% para 3,9%) e Bahia (de 6,1% para -0,6%).
Na comparação com outubro do ano passado, o setor industrial do Pará também é líder, com crescimento de 8,9%. Para períodos de comparação mais longos, os resultados também foram positivos, com o indicador acumulado no ano avançando 7,2% e o acumulado nos últimos doze meses assinalando 6,3% de expansão. Nestes dois casos, o Pará ficou em 5º lugar.
Na comparação de outubro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o crescimento de 8,9% da indústria paraense foi obtido, em grande parte, pelos avanços em três das seis atividades investigadas, sob a liderança dos setores extrativo (9,8%) e de metalurgia básica (27,1%). No extrativo, destaque para a produção de minério de ferro, de manganês e de alumínio da Vale. Na metalurgia básica, a liderança é de outra atividade da Vale no Estado, a de alumina. Em sentido contrário, a pressão negativa mais relevante veio mais uma vez do setor de madeira, que mostrou forte queda (-38,8%), puxada principalmente pelo decréscimo na fabricação de madeira serrada e compensada.
No índice acumulado nos dez meses do ano, frente a igual período do ano anterior, os Indicadores Conjunturais da Indústria do IBGE mostram que o setor industrial paraense, com 7,2%, prossegue assinalando crescimento acima da média nacional (5,8%), impulsionado, sobretudo pelos avanços em cinco dos seis setores investigados, puxados outra vez pelo extrativismo mineral (9,7%) e metalurgia básica (9,4%). E a madeira registrou a única pressão negativa (-22,0%).
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