16 de ago. de 2009

Só um momento.


Final do sol, lá pelas 20, 21 horas. Do lado esquerdo o rio Tâmisa, do direito as imagens dos prédios da cidade.
Meus pés acabados, 6 horas de andanças pela cidade, câmera na mão, microfone na outra, guia embaixo do braço e uma música vem aos ouvidos.
Tem tam, tam tamtam tam tam tam, tam tamtam tam tam tam.
Mozart, tocada por um rapaz, novo, claro, e que estava embaixo de um poste, já com luz acesa. Violoncelo nas mãos, boné no chão esperando as moedas, uma vela na frente.
Sentei em um banco. Gente correndo, gente andando, gente brincando, bicicletas, patins, patinetes. Deitei no banco, antes coloquei um monte de moedas no boné, pedi para ele continuar, virei para a esquerda e ali um sol baixando, uma luz batendo nas águas, um barco passando, gaivotas voando.
Olhei pra cima. Folhas caindo, luzes, bem pequenas azuis e brancas colocadas lá no alto, parecia um céu estrelado.
Fechei os olhos,não sei quanto tempo passou, não sei o nome dele, lhe dei o nome de Scoth para que eu não possa mais esquecer aquela música.
Depois levantei, já não tinha mais sol algum, só o negro. Levantei, dei tchau para o Scoth e fui, feliz com uma única certeza.
Saindo tirei uma folha da árvore, coloquei no meio do guia na esperança que um dia, ao abrí-lo por acaso me lembre daquele momento.
Foi só um momento, mas ficará para sempre em minha memória.

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