10 de abr. de 2008



Claudio Puty acaba de deixar a Secretaria de Estado de Governo para assumir a Casa Civil no lugar de Charles Alcântara, que se afasta por problemas de saúde.

4 comentários:

Anônimo disse...

Marcelo ai tem coisa ,te conto mais tarde.

Anônimo disse...

Marcelo este rapaz é apenas um academico sem nenhuma expressão com a vida politica do Estado não conhece bulofas de engenharia politica,tenho a leve impressão que o Palacio dos Despachos caminha para ser transforma em gaiola das loucas é aguarda para conferir.

Anônimo disse...

Marcelo o Rasputin da DS acaba de aplicar mais um golpe no governo de Ana Julia com a saida de Charles Alcantara arquitetado pelo proprio Puty "o RASPUTIN",Dr.Jader o senhor está livre para voar mostre a este despreparado como é que se faz politica no Estado do Pará.

Anônimo disse...

acerca do assunto do momento que veio balaçar as estruturas da politica paraense, no que diz respeito a saida de Charles Alcantara da Casa Civil, e no que isso pode desencadiar para o atual governo. Não poderia me furta de divulgar o melhor poster ja feito ate agora nos blogs sobre o referido assunto, pois o mesmo retrata o quadro real em que se encontra o atual governo.
Com voces a jornalista Ana Célia Pinheiro, titular do blog A Perereca da Vizinha;

A Saída de Charles

Jurei que não ia me meter nisso, devido ao meu envolvimento na campanha. Mas aí vai.

Informações seguras dão conta de que a saída de Charles Alcântara do Governo do Estado foi motivada por embates com o todo poderoso Puty.

Embora do outro lado do front, lamento a saída de Charles.

Creio que a minha xará perdeu, definitivamente, o rumo.

Charles era, sabidamente, o sujeito com melhor jogo de cintura deste governo.

E eu até deveria ficar feliz, já que estou do outro lado.

Mas, se assim fosse, não teria os amigos que tenho.

E eu considero Charles um amigo.

Bem vindo ao exílio, queridinho!
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A Saída de Charles (2)

I

Charles Alcântara teve, recentemente, três graves problemas de pressão.

Mas, não foram tais problemas que custaram a cabeça do ex-poderoso chefe da Casa Civil do Governo do Estado.

Embora, talvez, essa seja a explicação mais simples para o Governo.

O xis da questão são, mesmo, as divergências internas da Democracia Socialista (DS), a minúscula tendência petista à qual pertence a governadora Ana Júlia Carepa.

“Há um racha na DS, uma divisão muito grande” – diz-me um histórico militante petista –“Antes, a Ana (a governadora) flutuava entre esses grupos. Mas, com a chegada ao poder, a coisa se acirrou. E hoje, o que estamos vendo é, aparentemente, até uma reconfiguração interna”.

A fonte acentua que a saída de Charles “coincide” com a definição das alianças municipais, para o próximo pleito.

Uma definição de alto impacto nas eleições de 2010.

A condução do processo é feita pela Casa Civil.

E a tarefa, agora, ficará com Cláudio Puty, uma espécie de Simão Jatene do atual governo, em termos de acumulação de poder.

II

O pomo da discórdia do mais recente round CharlesXPuty, diz-me uma fonte bem situada, foi, justamente, o próximo pleito.

“Charles é um defensor ardoroso da aliança com o PMDB. Já o Puty defende a preponderância da DS, junto com o PT”, relata.

Quer dizer: Charles entende que é preciso “acarinhar” o PMDB, nas composições municipais, até pela complexidade do jogo político interiorano.


No interior, o PMDB prevalece – o que já seria de se esperar, pelo fato de ser o maior partido local e nacional.


Já o PT não possui tanta força no interior. Mesmo assim, insiste em manter a cabeça das composições, mesmo quando não possui condições objetivas para isso.


Quem pediu a saída de Charles foi a DS, o que significa que esse pensamento – da preponderância da corrente e do PT, no Governo e nas alianças municipais – é majoritário na tendência da governadora.


Ou seja: os tucanos podem começar a soltar foguetes.


Porque se há um papel que os peemedebistas não sabem representar é o de mulher traída.


Eles, simplesmente, antecipam a traição...

III

Avessa a discussões públicas sobre as disputas internas, a DS, obviamente, nega, de pés juntos, os embates entre Charles e Puty.

Mas, gente bem situada no Governo diz que isso, de há muito, era visível. “Há um mês já havia rumores de que o Charles ia sair ou cair”, conta um secretário de Estado, que também confirma a crescente influência de Puty junto à governadora.

Para os olhos menos atentos, porém, diz-me outro integrante do Governo, nada levava a suspeitar da profundidade das disputas entre Charles e Puty, os dois homens-fortes da administração de Ana Júlia.

“De vez em quando, no Palácio, eles (Charles e Puty) tinham divergências” – relata a fonte – “E a gente via que a Ana trazia os dois, um de cada lado. E a impressão que passava era a de que eram, na verdade, complementares e não assim tão opostos”.

Em verdade, no início do governo, eram três os homens-fortes de Ana Júlia.

Além de Charles e Puty, havia Carlos Guedes, hoje no MDA, e na época o czar do Planejamento.

Guedes foi a primeira cabeça coroada a tombar, na queda-de-braço com Puty – que, dizem as más línguas, não se furta a táticas rasteiras, para obter o que quer.

Mas, antes de emplacar, no lugar de Guedes na Sepof, alguém de sua própria confiança, Puty também já conquistara outra peça importante do tabuleiro: a CCS - então Coordenadoria, hoje Secretaria de Comunicação.

Na época, Puty conseguiu defenestrar uma petista histórica – a jornalista Fátima Gonçalves, ligada a Charles. E emplacou no lugar dela o também jornalista Fábio Castro, um intelectual sem qualquer experiência do cotidiano das redações, mas de sua absoluta confiança.

Quer dizer: desde o início do Governo, Puty abocanhou a Comunicação e o Planejamento.

Agora, emplaca a si mesmo na Casa Civil, além de emplacar, na Secretaria de Governo que até então ocupava, a própria adjunta.

Como a Sefa também pertence a um aliado de Puty, ele conseguiu se transformar, efetivamente, numa espécie de Rasputin do Governo Estadual.

Ou, como brinca um petista, “o Puty, agora, é o próprio Luís XIV, com a sua antológica frase: o Estado sou eu”...

IV

Charles e Guedes estavam com Ana Júlia ainda durante a campanha.
Puty chegou depois, já após a transição e durante a montagem do governo.

Conta-se que foi apresentado à Ana Júlia pelos irmãos Marcílio e Maurílio Monteiro, ex-marido e ex-cunhado da governadora.

Os irmãos o apresentaram como um antigo militante de esquerda, que passara muito tempo na Europa.

Diz-me alguém que, a exemplo de Ana Júlia, também a origem de Puty foi o movimento estudantil.

Mas, eles não pertenciam às mesmas correntes. Puty teria integrado a Força Socialista. Ana, desde muito jovem, foi militante do Partido Revolucionário Comunista (PRC).

Boa parte da DS, aliás, tem origem no PRC; outro tanto, veio da Força (que era comandada, em Belém, pelo ex-prefeito Edmilson Rodrigues), quando essa corrente implodiu.

Em comum, DS e Força sempre tiveram o ranço autoritário da origem leninista. Ou a “leveza” do atual trotskismo, como apontam, ferinamente, os adversários do próprio PT...

V

Na bolsa de apostas, há quem acredite que a saída de Charles pode significar, também, a queda de outros integrantes do governo, talvez próximos demais a ele, para o gosto de Puty.

Seria, talvez, o caso de Edilza Fontes. Mas Edilza tem uma ligação de amizade antiga com Ana Júlia, desde os tempos do PRC e da “Caminhando”, o braço do partido no movimento estudantil, naqueles tempos bicudos da ditadura militar.

Outra que poderia ser afetada seria Suely Oliveira, ex-Força Socialista e também ligadíssima a Charles Alcântara.

Mas, nesse caso, observa um petista histórico, a situação de complicaria para a governadora, uma vez que Suely é o único quadro da DS que possui, efetivamente, base popular.

A DS, é claro, tentará descer rapidamente o pano, abafando o mais possível a queda de Charles Alcântara.

Mas, o fato, é que, assim como a saída de Guedes, a queda de Charles tende, também, a arranhar a imagem do governo.

Quem sabe, até dificultando as negociações com os partidos da base aliada, num momento crucial: a ante-sala do grande jogo de 2010.

Guedes desmontou várias das armadilhas deixadas pelos tucanos no caminho do novo governo e tinha excelente capacidade de negociação, inclusive com adversários.

Charles é igualmente macio, embora mais esperto – na verdade, mais “político”.

Aquando dos expurgos promovidos pelo antagonista, fingiu-se de morto.

Negociava com atenienses, persas e espartanos, mas, também, sabia falar grosso – vide a “vacinação” antecipada a possíveis vinculações dos petistas com Chico Ferreira...

E, paradoxalmente, também demonstrava preocupação em, ao menos, pensar os limites éticos da ação política – coisa que o pragmatismo faz a esquerda, por vezes, esquecer.

Nada disso, porém, evitou a queda de Charles, o que talvez signifique uma mudança de rumo do governo, em várias frentes.

E resta saber, apenas, qual será a próxima conquista do nosso Rasputin.