1 de ago. de 2008
Alcoa
Juriti (oeste do Pará) tem população de 34.338 habitantes, de acordo com o censo do
IBGE de 2007. Com um IDH de 0,63 e renda per capita de R$ 55,18, a economia do município se baseia na agricultura de subsistência (mandioca), pesca, pecuária e extrativismo. Números pequenos para uma cidade que recebe um empreendimento de exploração mineral que deverá ser exemplo para o Brasil e o mundo. Esta é a expectativa do governo do Estado e da diretoria da Alcoa, responsável pela implantação do projeto Mina de Juruti de transformação da bauxita em alumina e alumínio, o negócio da empresa.
A governadora Ana Júlia Carepa conheceu os empreendimentos da Companhia, durante a inauguração do escritório da Alcoa em Belém, nesta quinta-feira.
Para exploração da reserva de 700 milhões de toneladas, sendo que a capacidade inicial da Mina de Juruti é de 2,6 milhões de toneladas, a Alcoa investirá R$1,7 bilhão, recursos esses que a governadora desafiou a empresa a transformá-los em benefícios à população local. “Desejo que esses investimentos representem uma vitrine ao mundo e possam contribuir com o objetivo que perseguimos constantemente, que é um novo modelo de desenvolvimento que não seja de um Estado mero exportador de matéria-prima, mas com respeito o meio ambiente e faça o Pará crescer com inclusão social”, afirmou.
Ana Júlia Carepa também convidou a empresa a participar do Fórum Paraense de Competitividade (FPC), espaço de discussão que envolve governos, universidades, bancos públicos e os setores produtivos para elencar os entraves de cada cadeia produtiva. “Estabelecemos uma meta que o nosso PIB seja ampliado em 25%. Para isso, precisamos fazer com que a modernização e o crescimento seja enraizado. Em 2008, o PIB do Pará foi de R$ 47 bilhões. Queremos que pelo menos 25% desse PIB seja investimentos. Para isso, precisamos que R$ 11,7 bilhões sejam aplicados em bens de capital. E não tenho dúvidas que a iniciativa privada tem papel fundamental nesse volume de recursos”, afirmou.
A contrapartida do governo do Estado, segundo a governadora, é o investimento em infra-estrutura. Este ano, serão investidos 20% do orçamento nesta área, além de obras do governo federal como as eclusas de Tucuruí, ampliação do porto de Vila do Conde, asfaltamento da Transamazônica e da BR-163, e as obras de saneamento e urbanização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Temos feito um esforço para racionalizar custos da máquina administrativa e reduzir despesas. De longe sabemos que não faremos o rearranjo institucional sozinhos, especialmente a democratização dos recursos públicos, esta é uma tarefa difícil, mas queremos ultrapassar o discurso do potencial do Pará”, enfatizou.
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Um comentário:
Coitado do Pará, aceitando meia dúzia à dúzia inteira. Aliás, nem chega a meia dúzia, seria até muito.
Aceitar "meia dúzia" porque vai sim gerar empregos, impostos e vai aquecer a economia (isso já é muito mais que nada). Mas são valores ínfimos se comparados aos lucros da ALCOA.
Enquante os poderes públicos e os investidores paraenses não se importarem tanto com os lucros diretos gerados por empreendimentos como esses, continuaremos recebendo fração do que nos cabe.
E as mineradoras expandindo sua extração.
"(...)
a gente não quer só comida,
a gente quer comida, diversão e arte
(...)".
Essa passividade amazônica é o que me revolta: estamos deitamos em cima de recursos naturais e aceitamos uma única banana como retribuição por deixar estrangeiros extraírem um cacho de bananas em nossas terras.
Abraços
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