......"HÁ QUATRO DIAS NÃO VOLTO PARA CASA. MINHA MULHER E MEUS FILHOS ESTÃO ME PROCURANDO. MINHA FILHINHA, JÁ SEM FORÇAS PARA CHORAR, DEVE ESTAR OLHANDO O TEMPO TODO PARA O PORTÃO DO QUINTAL. SIM, EU SEI QUE ESTÃO TODOS À JANELA, ANSIANDO POR MINHA VOLTA.
MAS SERÁ QE ME ESPERAM MESMO? NÃO POSSO SABER. VAI VER JÁ SE ACOSTUMARAM COM A MINHA AUSÊNCIA. QUE HORROR! PORQUE, UMA VEZ DO OUTRO LADO, TEMOS A SENSAÇÃO DE QUE A VIDA QUE DEIXAMOS PARA TRÁS CONTINUA A PASSAR COMO SEMPRE PASSOU, DESDE SEMPRE. ANTES QUE EU NASCESSE, ESTENDIAM-SE ATRÁS DE MIM TEMPOS INFINITOS. DEPOIS DA MINHA MORTE, O TEMPO SE DESENROLARÁ NOVAMENTE, SEM FIM E SEM LIMITES. NUNCA HAVIA PENSADO NESSAS COISAS ANTES: EU TINHA VIVIDO LUMINOSAMENTE, ENTRE DUAS ETERNIDADES DE ESCURIDÃO.
EU ERA FELIZ, AGORA SEI QUE FUI FELIZ"......
TRECHO DO LIVO DE ORHAN PAMUK, "MEU NOME É VERMELHO"
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