Segundo o blog do Barata...
ELEIÇÕES 2008 – Os equívocos recorrentes em torno do voto nulo
O voto nulo é compreensível em circunstâncias históricas bem específicas. Como, por exemplo, no alvorecer da ditadura militar e nos anos de chumbo do regime dos generais. Mas, ainda assim, acaba por ser de eficácia duvidosa. Não fosse o eleitorado migrar para o voto útil, na perspectiva de que as conquistas qualitativas são precedidas por avanços quantitativos, a sociedade brasileira certamente ainda estaria patinando no autoritarismo.
Um eloqüente exemplo do atraso embutido no radicalismo presente no voto útil foi a celeuma em torno da ida ao colégio eleitoral, em 1985. A despeito da frustração com o desfecho das Diretas-Já, o Brasil teve a clarividência de que o PMDB e Tancredo Neves estavam indo ao colégio eleitoral não para coonestá-lo, mas para destruí-lo. E assim foi. O corolário desse pragmatismo foi o avanço do processo de redemocratização, que culminou com as primeiras eleições diretas para presidente, após a ditadura militar, em 1989.
De lá para cá o Brasil mudou. E muito. E para melhor. E continua avançando. Pode até não mudar na velocidade que tanto desejamos, mas as transformações continuam a se dar, a despeito dos eventuais recuos. E como nos ensina a prática, que é efetivamente o critério da verdade, o que conta nos momentos de transformação, mais até que a velocidade, é a direção. E a democracia da qual hoje usufruímos, sinaliza, sempre, o melhor caminho a seguir, a despeito dos circunstanciais desvios de rota.
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