3 de ago. de 2009
Madri é linda
Chego a cidade vindo de Lisboa e ao chegar já noto uma diferença gritante com a capital portuguesa. Apesar de Lisboa ser muito menor, o aeroporto de lá é um movimento louco, muito por conta da TAP Linhas Aéreas que traz brasileiros para a Europa e ali chegam em sua grande maioria partindo para outros locais, como eu.
O aeroporto de Madrid é de uma monotonia total. Pouca gente, ao sair os táxis não lembram em nada as Mercedes de Paris, são brancos e feios, o caminho do aeroporto até a cidade é cinza.
Já estava eu quase desanimando quando o hotel dá um balde de água fria grátis aos hóspedes. Não, nada de carregadores, te vire com suas enormes malas depois de horas de avião, fiscalização de alfândega - a fila dura quase 3 horas mas como eu tinha uma conexão me safei.
Ok, um amigo meu sempre me recomenda dar uma olhada no hotel, e eu sempre digo que não vejo, senão posso me desanimar.
Bom, mas o hotel em si é bacana, novinho, só não tem carregador - que saudade das espeluncas do Brasil onde sempre tem um burro de carga.
Desmaio.
Depois "do banho", rua. Aí Madrid começa a se mostrar como é.
E é ma-ra-vi-lho-sa!!! Primeiro a Plaza Mayor, um quadrado de prédios circulando um espaço aberto com uma estátua de Felipe - acho que é o II - e em volta restaurantes com mesas, lojas nos corredores, tudo uma graça.
Viajar é uma das melhores coisas da vida. Tem gente que viaja por mil motivos, cada qual com o seu.
Alguns vão para saborear a culinária, escolhem os mais estrelados restaurantes ou as bodegas mais típicas, outros vão em busca de vinhos, alguns de vida noturna, outros de compras.
Morro de inveja dos que apreciam as mesas sofisticadas e os melhores vinhos. Eu sou daqueles que um miojo resolve a fome e se bebo mais que um copo de qualquer coisa que tenha álcool já fico alcoolizado, e no fundo detesto bebidas.
Vida noturna - boates e bares - não é comigo, e compras bom, já tive minha época de Prada, Boss, LV - ou pelo menos minha época de querer ter muito isso - e hoje compro as coisas mais baratinhas.
Viajo basicamente porque aprecio a cultura - e aí vai da ópera aos cabarés, do tocador de flauta na esquina aos ballets, da música ao teatro, da pintura a gravura. Viajo porque adoro a arquitetura, ver os prédios, as casas, o urbanismo, as flores e árvores. Viajo porque curto escutar os sons das línguas diferentes, porque aprecio as fisionomias e o modo de ser e vestir de cada povo.
E viajo porque gosto de gravar, gosto de mostrar na TV, sempre os programas de turismo foram os meus prediletos.
Estes são os meus motivos. Se são bons, certos, não sei, são os meus.
E cá estou, daqui para Roma, depois Paris e por fim Londres. Vim gravar, uma programação feita a uns 4 meses, eu e minha câmera, um pouco estafant mas prazeroso.
Viajar para gravar é diferente de apenas viajar. Temos que estar com um roteiro interessante, com preocupação com a luz, com baterias que sempre acabam, com histórias para se contar do que vamos filmar. É diferente, muito mais trabalhoso mas, as poucas vezes que tentei fazer uma viagem sem gravar me senti o mais culpado dos humanos.
Então gravo sempre, mesmo não querendo naquele momento, mesmo exausto, mesmo puto.
Gravo.
E convenhamos, é meio férias também, e uma gravação bem mais bacana que outras em nossa terra.
Afinal já é um privilégio poder viajar, que eu possa pelo menos dividir um tantinho com quem por ventura me acompanha.
Por isso quando criei o blog, coloquei o turismo como um dos temas. Para poder falar dos lugares, com e sem culpa.
Madrid é um cidade linda, sem aqueles prédios enormes , com no máximo 5 andares - preocupação do Corpo de Bombeiros com os incêndios - e prédios austeros, nada de cores, vidros coloridos, tudo muito parecido mas diferente, uma arquitetura urbana clássica, com detalhes de requinte.
Madrid tem ruas limpas, flores, muitas e de diversas cores, calçadas perfeitas, trânsito caótico, poucas placas nas fachadas, e um calor neste verão de lembrar Terezina.
No último inverno nevou. Os madrilenhos estão de férias, então como nós as praias são a primeira opção. A cidade está cheia de turista, como a Europa nesta época como um todo.
Os preços ?
Internet 7 horas no quarto a 17 Euros, uma coca-cola a 2 Euros, uma massa gostosinha mais uma taça de sangria em um restaurante legal e bonito, 35 Euros. Um tour pelos ônibus de turismo que passam nos principais pontos da cidade e onde podemos descer e depois subir em outro para seguir o roteiro ? 17 Euros o dia todo.
O espetáculo do Ballet Imperial Russo ? NÃO TEM PREÇO.
A cidade não é cara, tem outras muito mais caras por aqui - e hoje se pode viajar pagando em 6, 10, 12, 24 vezes e isso democratizou o turismo, eu só viajo de prestação, rs.
Agora, euro é euro e vá guardando seu dinheirinho todo mês para poder gastá-lo, mesmo que gaste pouco, 1 euro equivale a 3 reais.
Não ando de metro, sou um ignorante completo, nem de ônibus, não dá pra mim, me perco sempre. Vou de táxi, sempre e em qualquer lugar. Tirando Fortaleza e Campo Grande, onde morei e onde me atrevo a alugar carro.
Então os espetáculos de dança, música, teatro e os táxis são minhas excentricidades quando viajo. Não abro mão deles.
Agora, a cidade tem metro para todo canto, limpo, rápido e baratinho.
E Madrid tem muitos jovens, grupos pequenos de turistas, passam o dia com uma coca e um big mac e vão andando. Fiz muito isso na vida.
Ou seja, viajar gasta, mas pode ser que se gaste pouco, depende do bolso e da disposição do que se quer enfrentar.
Madrid tem obras para todo canto, obras limpas - colocam até tábuas em volta dos troncos de árvore para não machuca-las, igual Belém. Aproveitam o verão para tacar pau nas obras e já estão preocupados com a próxima Oimpíada.
A cidade é toda arborizada e por aqui as 9 e meia da noite ainda tem o por do sol, muito louco isso.
Mas, talvez pelas obras, a poeira é grande, o nariz fica o tempo todo irritado e dá-lhe sorine.
Museus ? É um abuso.
São muitos - depois entro nos detalhas.
Bares e restaurantes ?
Muuuuuiiiitoooos.
Presuntos ?
Muuuuuuiiiiiiiiiiiiiittttttttttttttoooooooooooosssssssssssss !!!!!!!!!!!!!!!
Égua, só se come presunto - de mil maneiras é verdade - batatas e ovos por aqui. Isso sem falar nas Parilhas - as do meu tio Zaine são melhores.
El Corte Inglês é uma rede de lojas, tipo C&A mais sofisticada e mais variada, as griffes internacionais estão lá, e o basiquinho também.
Barato não é mas se acha de um tudo, até um cartão de memória de 8 gigas por 10 euros que me salvou a vida.
Os monumentos são daquela maneira que nos deixam pequenininhos. São grandiosos, imponentes, o Palácio Real é um deles, um monstro de grandiosidade, o Museu do Prado é outro, Rainha Sofia não fica atrás - mas depois conto dos museus.
Pra terminar vale lembrar o segundo dia aqui.
Estou eu, morto de tanto andar - meu Deus como se anda quando se viaja, égua das bolhas nos pés desacostumados - e paro em um bar, destes bem escuros. Tudo por uma água e um ar condicionado por 10 minutinhos.
Pedi uma coca e a mulher perguntou de onde eu era.
- Do Brasil.
- Eu também.
- De onde ?
- De Belém do Pará !
- De onde minha filha ?
- De Belém, na verdade de Xinguara.
Xinguára !!!!!!!
É o mundo globalizado meus caros.
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