O Rio de Janeiro é famoso pelas mulatas, pelo calçadão de Copa, pelo carnaval, pela beleza das montanhas e do mar. E pela violência.
É o que indica que acontecerá com o Pará, estamos incorporando ao tacacá, ao Marajó, ao Círio e a maniçoba a violência em nosso cotidiano.
Não, ainda não somos famosos por ela, excluindo claro a violência no campo. Mas estamos próximos de ser.
Ou melhor, a fama da violência já alcançou a todos paraenses. É nosso assunto mais discutido, nosso papo no botequim, nas janelas das vizinhas, na cozinha das empregadas, nas mesas dos patrões.
Nova Iorque começou a viver na violências e esta onda foi crescendo até que um prefeito com nome italiano instituiu o Tolerância Zero. Mais que um projeto de segurança, uma obra de marketing onde mostrava para a população que o chega deveria ser público e notório.
Mais que uma peça de marketing um programa que envolvia a sociedade civil e convocava a todos que se envolvessem.
Misto de projeto de segurança e ação de marketing o Tolerância Zero fez cair abruptamente os níveis de violência em uma metrópole conflagrada aos desvios humanos mais sórdidos.
Era necessário a polícia na rua, a todo tempo e a toda hora. Era hora de prender, de bater, de intimidar.
Em Belém não conheço uma única pessoa que não foi assaltada. Acho que com todos é assim.
Independente dos responsáveis, do rei ou rainha no trono, os súditos clamam por uma ação de choque, conscientes que só ela pode enfrentar a onde negra que toma conta da região.
O prefeito de Nova Iorque pegou uma bandeira e levantou-a o mais alto que pode. É verdade que deixou de lado outras hastes mas só esta bandeira foi suficiente para elevar os índices de aprovação popular do governo Rodolph Giuliani a níveis jamais vistos na cidade.
Mirem-se no exemplo então.
Esta bandeira pode ser a tábua de salvação de qualquer político que deseje o trono. Isso pelo simples fato de que, nada mais incomoda a população hoje em dia que a violência.
Já não é mais possível conviver com este fantasma que ganha corpo a cada esquina, que invade nossas casas, nossas vidas, nos tira a vida. Já não é mais possível a teoria, o blá-blá-blá, o deixa disso, o não é tão grave assim.
A nós, moradores do Pará, pouco importa que ela esteja instalada em todo o país. Em estado egoísta queremos saber da nossa rua, da nossa casa, do nosso vizinho, no máximo do nosso quintal.
E queremos agora, neste momento, já. Queremos polícia na rua, pela manhã, pela noite e pela madrugada.
Queremos bocas de fumo sendo estouradas, blitz nas ruas, viaturas circulando, toda e qualquer moto sem placa presa. Queremos e temos este direito.
Nós somos os súditos dos reis. E lá colocamos eles ou tiramos.
E só nós temos este poder.
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