Tchau minha flor.

É como Juvêncio Arruda me tratava, minha flor. Não sei se era só comigo, mantivemos por dois anos uma amizade telefônica. Nos falávamos todas as semanas, muitas vezes.
Juca me permitiu chamá-lo assim já há algum tempo. Era um conselheiro, as vezes dizia que meu blog estava ótimo, bombando, as vezes ponderava sobre algum post mas jamais deixou de me dar uma palavra de incentivo.
E nunca me veio com uma palavra sobre meu trabalho menor do que a palavra bom.
Era o melhor de todos nós, aquele que fez com que muitos -inclusive eu - quisesse ter um blog. Mas não se achava o melhor, se achava apenas um blogueiro, amava ser blogueiro, adorava a repercussão da notícia.
E como seu 5ª Emenda dava notícia, normalmente de primeira mão. Por ser o melhor, tinha a generosidade daqueles que sabem o quanto pesam.
Tínhamos opiniões parecidas sobre o quadro político, além disso, tínhamos o prazer de comentar em off o que não queríamos publicar. Ríamos muito, era ótimo falar com ele.
Quando eu ligo meu computador, é a página do Quinta a que primeiro procuro, de lá vou ao Hiroshi, Jeso, Espaço, Franssinete, Página Crítica, Perereca, Flanas, CJK.
Mas o 5ª era o Quinta, o melhor, mais animado, mais polêmico e mais delicioso blog do Pará. E todos nós blogueiros sabemos disso.
Quando lhe liguei a respeito de seu desaparecimento, Juca me disse que estava cansado, que ia dar um tempo por conta do tratamento com a doença e voltaria com o blog mais light.
Não deu tempo. Hoje, quando retorno de Salinas e abro o Quinta, chorei. Como chorei quando Edwaldo Martins se foi, outro amigo telefônico.
Sou o rei dos amigos telefônicos, culpa do trabalho, da loucura do dia a dia, do corre corre.
Sinceramente Juca,tu não sabe como me dói não ter te dado um abraço.
Vá em paz.
Você é o melhor.