Roseira balançando
A coisa está feia. O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) pediu a exoneração imediata dos coronéis da PM Abelardo Rufino Borges Júnior e Osmar da Silva Nascimento, da Casa Militar da Alepa. Ele acusa os dois de envolvimento no sumiço de mais de 50 licitações com indícios de fraude.
Com base em informações do Ministério Público do Estado, que apura o caso, Edmilson disse ontem que uma viatura do subcomando da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) garantiu a escolta do veículo que retirou as licitações do prédio da Alepa, no último dia 28 de junho.
Num primeiro momento, os dois coronéis negaram que a viatura tenha entrado nas dependências da Alepa naquele dia, mas o próprio subcomandante da Rotam, Luiz Carlos Rayol de Oliveira, admitiu em depoimento ao MPE que a viatura foi à Alepa “prestar um serviço administrativo”. A informação teria surpreendido até o comandante da Rotam, Major Neil, que desconhecia o fato. Diante do desmentido, os coronéis Osmar e Rufino apresentaram nova versão ao MPE, dando conta que a viatura teria ido “realizar uma ‘atividade pessoal’ do sargento Marcos”.
O MPE já tem a escala de serviço dos policiais da Rotam daquele dia. A viatura do subcomando estava sob a direção do sargento Marcos Antônio Marcos da Silva Ferreira, e também estavam de serviço o soldado Piedade e o cabo Kleidson.
Edmilson alertou para a quebra de hierarquia - o Comando do Rotam e a Presidência da Alepa não sabiam da ação -, e desvio de finalidade do emprego da viatura, que é a única existente no subcomando e destacada para atender situações especiais da segurança Pública. “Houvesse uma situação de risco e a única viatura disponível estava na Assembleia”, apontou.
Depoimentos colhidos pelo MPE junto ao subcomandante Rayol e ao soldado Piedade confirmaram que o sargento Marcos já trabalhou com o ex-presidente da Alepa e atual senador Mário Couto (PSDB) e estava aguardando nomeação para a Casa. Outro documento em poder do MPE é o pedido assinado pelo coronel Osmar, datado de seis de julho deste ano, de nomeação do sargento Marcos para a Casa Militar da Alepa. Edmilson informou que Marcos chegou a trabalhar na Assembleia por curto período, apesar da nomeação não ter sido formalizada e que teria sido lotado em seguida no Detran-PA.
O presidente da Alepa, deputado Manoel Pioneiro, abriu sindicância para apurar o caso, que deverá ser concluída amanhã
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