18 de out. de 2011

Hoje

Hoje velamos e enterramos meu avô.
Ele ficaria feliz ao ver umas 200 pessoas por lá, foi até o prefeito e Benê era seu eleitor fervoroso, saia todo dia na campanha distribuindo santinhos para ele.
Ali vi que não era meu avô apenas que estava nos deixando, era o amigo de muitos homens e mulheres, o pai, o avô, o parente de tanta gente.
Era o Benedito que passou por essa vida e fez tantos amigos, sem poder e sem riqueza mostrou que fazer amigos está no ser e não no ter.
Fiquei orgulhoso.
No velório o administrador veio nos mostrar duas pequenas mangueiras que meu avô havia plantado ali recentemente.
É muito triste perder quem se gosta.
E a gente fica se lembrando de cada lugar que esteve com ele.
Minha avó está uma fortaleza, melhor que todos os filhos e netos.
São 67 anos de casamento, uma vida toda de convivência.
Ontem ela contou que ele viveu uma vida feliz, fez o que queria, foi bem tratado e respeitado por quem conheceu.
Meu avô foi atropelado, com a saúde que tinha duraria mais alguns anos. No velório senhores de 87 anos, 90 anos, seus amigos, firmes e fortes como ele era até o atropelamento.
Atropelado como ele foi são muitas pessoas nesses dias em que motos e carros se tornam armas mortíferas nas mãos de irresponsáveis que com seus atos destroem a vida de famílias.
Enquanto as mortes no trânsito não forem tratadas como um assassinato como outro qualquer elas tendem a crescer.
Uma moto levou meu avô, não uma doença, não o tempo de vida.
E veículos vão continuar levando pessoas prematuramente nesses tempos de pressa e de euforia.
Mais um dia triste nesses últimos tāo iguais, tão tristes.
Me desculpem por mais um desabafo.

2 comentários:

Francisco Sidou (jornalista) disse...

Meus sentimentos, caro Bacana. Vc acertou na mosca: seu querido avô foi mais uma das muitas vítimas desses verdadeiros "serial killers" motorizados, que continuam matando impunemente pessoas de bem. Até quando essa legislação de trânsito do tempo das carruagens vai continuar incentivando a impunidade desses celerados que andam à solta nas ruas atropelando e matando pedestres indefesos ?

Pedro Ivo Carvalho de Castro disse...

Meus sentimentos querido Marcelo...
nessas horas nem temos palavras que sirvam de consolo, o bom mesmo é viver nosso luto e seguir a vida como possível for.

Só desejo muita força e coragem a você, que independente de qualquer coisa é uma pessoa querida...

abraçao,

Professor Pedro Ivo Castro.