10 de abr. de 2011

Belos atores e saudade de vê-los.


Certa vez entrevistei o Herson Capri e fiquei impressionado com sua postura de amor ao teatro. Ele contou quantas vezes foi a muitas peças " aprender" com a atuação dos colegas, falou da importância do palco na formação do ator e disse que o Teatro da Paz era o mais bonito do país.
Lembrei disso assistindo ontem a novela das oito, ou nove sei lá.
O cara dá um banho junto com a Débora Seco, outra pessoa que tive oportunidade de entrevistar e que me deixou uma ótima impressão pela simpatia realmente contagiante.
Vê-los em cena na TV me fez lembrar o quanto é interessante acompanhar a carreira de um artista, que quando artista de verdade podemos observar sua evolução técnica e claro pessoal.
Fazem sucesso por isso, lógico.
E foram tantos outros atores como esses que entrevistei nesses quase dez anos de programa diário, a grande maioria pela presença no TP.
Sou um apaixonado pelo teatro. Vou a São Paulo única e exclusivamente para ir ao teatro, e acabo dando um pulo nos médicos que o Jader Filho me apresentou - mas essas visitas são sem vontade.
O último espetáculo que assisti foi o de Miguel Falabella e Diogo Vilela, uma diversão.
Mas tenho frustrações também.
Uma delas é não entrevistar o Paulo Autran.
Eu era tão fã do cara que só para vê-lo em cena viajei para Fortaleza, Rio e São Paulo duas vezes. Só pra isso.
E como foi bom! Foi o maior ator, o melhor ator que pude ver no palco.
Uma vez Paulo fez um espetáculo em Fortaleza, solo. Um monólogo
Sentado em uma cadeira se transformava em velho, em jovem, em mulher, em homem, em turco, em americano, em caipira. Só de lembrar fico arreliado.
A transformação era apenas mudando o cabelo, colando ou tirando os óculos, mudando na luz e só. Então aparecia um senhor idoso e fragilizado, apenas com uma passada de mão nos cabelos e com o talento desse homem. Depois um jovem disposto, assim, do nada.
Fabuloso. Assim como todas as outras peças dele que pude ver.
Paulo era um espanto de ator. Mas jamais consegui entrevistá-ló.
Paciência.
Quando ele morreu, eu chorei.



PS: Saudade da época em que o TP era palco de apresentações com grandes artistas, época do querido e saudoso Didi, o Edwaldo Martins, uma das pessoas mais generosas que conheci em Belém. E de quem tenho enorme saudade.

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