Viva Cauby !

Quando apareceu, as mulheres arrancavam sua roupa, perseguiam seu carro, um terror.
Talvez tenha sido o último dos cantores do estilo vozeirão, depois dele outra forma de cantar apareceu, mais baixinho, mais suave.
E Cauby soube se reinventar.
Ganhei um CD dele cantando músicas de Roberto Carlos, no ano passado.
Com mais de oitenta anos Cauby impressiona, pela voz límpida, pela delicadeza do canto, pela afinação e pela emoção.
Pensei eu; seu registro histórico está aqui.
Bobagem, com sua idade, com dificuldades de locomoção, Cauby entra no estúdio e fez uma homenagem a seu grande ídolo, Frank Sinatra.
É um escândalo de bonito o trabalho.
E ainda vai gravar um DVD, que escuto essa madrugada, com vontade de escutar e ver mais.
Uma vez, faz tantos anos, escutei Cauby e perto do palco como eu estava pude observar sua forma exuberante de cantar, e sua maneira de se apresentar teatral, sempre Cauby.
Jamais me esqueci desse dia.
Um amigo me disse que em um show, quando anunciaram seu nome ele não entrou, aí o produtor foi ver o que ocorria e o cantor disse que sua roupa estava sem passar, que ele não entraria assim, que seu público esperava um Cauby na voz e na farda. E só entrou depois de arrumarem um ferro de passar roupa.
As segundas ele ainda canta no Bar Brahma, eu já tentei por 3 vezes assistir, mas sempre está cheio.
Cauby é o melhor cantor do país hoje, e prova que idade é bobagem quando o talento é maior que o próprio corpo.