4 de jul. de 2012

Sérgio Pimentel afirma que projetos para trânsito e saúde serão prioridades.


Dando continuidade a série de entrevistas com os candidatos a Prefeitura de Belém, o blog conversa essa semana com Sérgio Pimentel. Ele que é engenheiro especializado em logística de transportes multimodais e analista de sistemas, foi superintendente de hidrovias da Amazônia Ocidental e secretário municipal de urbanismo e de saúde.

Caso ocupe a vaga de prefeito, o que fará para que Belém volte a ocupar o cargo de uma das cidades mais importantes do país?
Belém continua sendo uma das principais cidades do país. O que precisamos é de uma gestão mais técnica e eficiente, preparando a cidade para a comemoração dos seus 400 anos. Belém precisa investir maciçamente em saneamento básico, atenção básica da saúde, universalização da educação fundamental, organização do trânsito e recuperação do centro histórico para implementar a profissionalização
do turismo na cidade.

Quais os seus projetos para o trânsito da capital?
O trânsito de Belém precisa ser organizado por meio de ações que melhorem seu desempenho, tais como sinalização horizontal e vertical em toda a cidade, semáforos inteligentes priorizando o transporte coletivo, utilização de painéis eletrônicos com mensagens informativas que indiquem as melhores rotas e as ruas que estão engarrafadas, regulamentação dos transportes alternativos, regulamentação de estacionamentos do centro e das principais vias de escoamento da cidade, implantação de linha expressa ligando Belém a partir da Estrada da Ceasa até Ananindeua, além de melhoria da frota de ônibus e implantação do bilhete único.


E os projetos para a saúde?
Belém investe em saúde R$ 240 milhões por ano. O governo federal investe R$ 200 milhões e o governo estadual apenas R$ 5 milhões por ano na saúde de Belém. Isso é um absurdo, porque Belém não pode subsidiar sozinha a atenção em áreas tão importantes como a saúde. Temos que rediscutir o financiamento da média e alta complexidade se quisermos realmente resolver o problema de saúde de nossa capital. Hoje, 70% dos recursos que Belém aplica vão direto para as urgências e emergências, para custear a média e alta complexidade. Porém, com o que é investido por Belém sozinha, podemos implantar um excelente atendimento na atenção básica, que é a obrigação do município. Nós vamos investir maciçamente em atenção básica, que é medicina preventiva, através de um grande programa municipal de saúde da família.

Quais os projetos para a educação?
Vamos universalizar o acesso à educação fundamental, porque muitas crianças no município de Belém ainda estão fora da escola, estudando através de convênios com escolas comunitárias, sendo que muitas delas não têm as condições necessárias para ofertar ensino de qualidade. Vamos aumentar as vagas em creche para a população carente e implantar escolas de educação infantil em todos os bairros de Belém. Mas não podemos esquecer a parte essencial do processo de educação, que são os professores. Vamos investir na qualificação dos docentes de Belém e fazer concursos públicos para a contratação de professores para a rede de ensino municipal.
Quais as suas diferenças perante os outros candidatos?
A nossa principal diferença é a forma de fazer política e a minha experiência de 30 anos na gestão pública com orçamentos bem maiores que os da Prefeitura de Belém e com grandes resultados e efetividade. Aliado a isso tenho conhecimento prático dos problemas de Belém e suas soluções, adquiridos após quase 8 anos como um dos principais secretários da prefeitura. Os outros candidatos se preocupam basicamente com alianças político-partidárias, fazendo compromissos apenas com políticos e partidos. Nossa candidatura nasceu no seio da sociedade, e é com ela que nós vamos fazer alianças. Nossos compromissos estão listados em nosso plano de governo, que foi discutido e recebeu a contribuição da sociedade civil organizada e dos líderes comunitários de Belém. Ele será o esteio de nossa administração.

Na sua opinião, dos candidatos que estão na disputa a vaga de prefeito, qual é o melhor?
A eleição municipal é a mais importante para o cidadão. O prefeito eleito interfere diretamente na vida cotidiana da população, logo, não devemos escolher o melhor candidato, mas sim o melhor plano de governo, aliado a competência técnica para executar esse plano, que voltado para atender os anseios da população. Como o nosso plano é o melhor e temos competência, nós temos a melhor candidatura.

Candidato, você não sente vergonha em morar em uma cidade suja? Nós não devemos ter vergonha da nossa cidade, mas sim dos governantes que nós escolhemos, e que não tiveram compromisso de cuidar dela. Por isso a importância de escolhermos pessoas compromissadas com o bem estar da população para governar Belém.

O que tem a dizer sobre a gestão Duciomar Costa? O que achou?
O prefeito Duciomar Costa encontrou uma cidade desorganizada, e ainda teve que fazer todas as obras inacabadas, abandonadas pelo prefeito anterior, como o prolongamento da Avenida João Paulo II, a Feira da avenida 25 de Setembro, o túnel do Entroncamento, a praça Frei Caetano Brandão, onde havia apenas uma lona preta em pleno complexo Feliz
Luzitânia. Até o Palacete Pinho, cujo projeto de restauração também foi abandonado, só foi entregue nessa gestão. Duciomar também fez grandes projetos de saneamento e infraestrutura, como o maior projeto de pavimentação de ruas de Belém, que incluiu quase todos os conjuntos habitacionais da periferia, além do projeto Portal da Amazônia, que envolve orla e macrodrenagem da Estrada Nova. Agora, ele deixou a desejar em outras áreas, como trânsito, assistência social, educação e a área ambiental também precisa de mais investimento.

E sobre a gestão Simão Jatene?
No primeiro governo Simão Jatene fez pouco por Belém. E agora, no segundo governo, até o momento também fez pouco. Pelo que eu soube, inaugurou um hospital pequeno, mas que serve como anexo para desafogar o Hospital Ofir Loiola, porém, sem ter a porta aberta para a população como os prontos-socorros da capital. Entendo que o novo prefeito terá
que conversar muito com o governador, porque na saúde, por exemplo, o Estado se omite alegando que já investe em seus hospitais. Ora, o que menos os hospitais estaduais atendem são pacientes de Belém. Até os  prontos-socorros, se fossem só para Belém, seriam suficientes. Por isso, investir de fato na capital,  na saúde e outras áreas, também  precisa ser um compromisso do Estado, como, por exemplo, o abastecimento de água pela Cosanpa, um problema grave, porque a Companhia utiliza os recursos arrecadados em Belém para investir nos demais municípios do Pará, e ai novamente Belém acaba subsidiando todo o Estado e sendo prejudicada. Além disso, se Belém fosse bem aproveitada, por exemplo, no turismo, seria a melhor indústria do Estado. E o melhor de tudo, sem produzir fumaça.

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