2 de jan. de 2012

Uma teoria tapajônica

Batendo papo com um amigo dia desses ele me falava do seu ponto de vista em relação ao plebiscito, mais precisamente ao caso da região de Tapajós.
Segundo ele, foi um erro a campanha do Tapajós ter sido vinculada a do Carajás, pois se fosse separada teria mais chances de ser aceita pelo pessoal de Belém, que tem fortes ligações com essa região, que escuta a mais de cem anos falar em tornar o Tapajós um estado e que sabe o quanto essa região é isolada e de difícil acesso.
Ou seja, a criação do Tapajós sempre foi mais plausível ao pessoal da região metropolitana de Belém.
Segundo ele, vista por muita gente como justa, ao contrário da criação do Carajás que nunca foi digerida pela turma da capital paraense.
Ainda segundo esse amigo, ao colar uma campanha na outra, os votos dos contrários ao Carajás acabaram também sendo depositados no não ao Tapajós.
Pode ser, vai saber.
Mas que se fala muito nisso nos bares da vida, isso se fala.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse seu amigo não entende muito de projeções eleitorais, sobre o que pode sair de uma urna. O senhor deu espaço a uma análise torta. Os eleitores de Belém jamais deixariam passar a proposta de criação do Tapajós (estou correto, Sabino?). A vinculação das campanhas fez unir aos anseios “tapajônicos”, que eram iguais aos seus, o apoio unânime dos eleitores do sul e sudeste do estado. Nas cidades que compreendem a região do Carajás o sim ao Tapajós teve votações que beiraram os 100%. Realmente uma parcela considerável da população de Belém tem mesmo essas fortes ligações citadas por seu amigo. Mas somente isso, como as urnas provaram, não foi suficiente. E Belém votou, assim como no caso da proposta de criação do Carajás, maciçamente contra o Tapajós. Se as propostas tivessem sido separadas a diferença pró-Tapajós mesmo assim teria sido insignificante. Não teve jeito: a superioridade numérica de Belém e região, um terço da população de todo o Pará, disse e diria não, em quaisquer circunstâncias, sob quaisquer aspectos. Eu também acho justo perder a metade do meu quintal para o vizinho, que não tem espaço sequer para construir a casinha do seu cachorro, mas, no entanto, não o faço. A equação não é feita dessa maneira. O que é justo nem sempre condiz com alguns outros valores. E foi esse o pensamento de Belém, mesmo achando justa a luta pela criação do estado de Tapajós. Seu amigo está muito enganado. Esse tipo de análise demonstra ingratidão aos eleitores do Carajás, que, repito, foi quase 100% pró-Tapajós.