Na última terça, a ANN (Agência Norte de Notícias), publicou a entrevista com o pré candidato a Prefeitura de Belém, José Priante. Na entrevista, Priante fala sobre a administração de Belém e sobre o governo. Acompanhe na íntegra a entrevista.
PRIANTE – Não se pode julgar uma administração de quatro anos apenas pelo primeiro ano de governo. É um período curto para julgar, porém, suficiente para avaliar. Entendo que o governador Simão Jatene tem feito o dever de casa, principalmente na reorganização das finanças públicas.
Com a grande experiência administrativa que tem, ele está procurando reestruturar o Tesouro do Estado, reduzindo gastos com custeio e fazendo aumentar a arrecadação estadual. Ao mesmo tempo, vem buscando alternativas para obter os financiamentos externos necessários para atender às grandes demandas sociais e econômicas que o Pará tem. Tenho a nítida sensação que o governador sabe o que está fazendo.
ANN – Qual a sua opinião a respeito da privatização do Banpará, que é um projeto da administração Jatene?
PRIANTE – Desconheço esse projeto. Defendo, porém, que qualquer projeto de privatização deva ser tecnicamente bem fundamentado e amplamente discutido com a sociedade. É preciso ter um olhar cuidadoso sobre privatização, sempre observando o que é melhor para a sociedade. Um bom exemplo a ser observado é o de São Paulo, onde a Nossa Caixa, então controlada pelo Governo do Estado, foi incorporada pelo Banco do Brasil. A incorporação foi autorizada pelo Governo de São Paulo e pela Assembleia Legislativa. Os correntistas, os servidores e o próprio Estado não tiveram prejuízo. Então, se privatizar é a solução, é preciso avaliar e estudar as melhores alternativas antes de fazê-la.
ANN – O que o senhor acha da gestão de Duciomar Costa?
PRIANTE – Pequena. Aliás, nos últimos 16 anos, Belém teve a infelicidade de ser administrada por prefeitos de visão pequena. Prefeito de visão pequena só pode oferecer obras minúsculas. Foi só e apenas isso que Belém ganhou nesses últimos 16 anos.
ANN – Em sua opinião, quais os problemas mais urgentes a serem resolvidos em Belém?
PRIANTE – Saúde pública, segurança, trânsito e saneamento.
ANN – Quais são os maiores problemas na saúde?
PRIANTE – Belém tem um dos piores serviços públicos de saúde do Brasil. E quem diz isso é o próprio Ministério da Saúde, que recentemente divulgou pesquisa sobre a qualidade do SUS em cada capital brasileira. Não é preciso pesquisar muito para se constatar que o Ministério da Saúde tem razão. Basta ir a qualquer posto de saúde ou pronto-socorro da prefeitura de Belém. O atendimento chega a ser desumano. Falta tudo: médicos, enfermeiros, remédios e, principalmente, gestão. Para reduzir o sofrimento da população, como relator setorial do Orçamento Geral da União de 2012, consegui aprovar R$ 3,5 milhões para construção de duas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento): uma em Icoaraci e outra em Mosqueiro. Cada pronto-socorro, além de melhorar o atendimento, vai ajudar a desafogar os hospitais, a reduzir as filas. Mas o que vai resolver mesmo é uma boa gestão – o que, atualmente, não existe.
ANN – E na área da segurança pública?
PRIANTE – Belém, proporcionalmente, é mais violenta que o Rio de Janeiro ou São Paulo, segundo o IBGE, que aponta Belém como uma das capitais mais violentas do País. Novamente, falta gestão. Não é instalando câmeras nas ruas que a violência vai diminuir. Pode inibir, mas não impede a ação do bandido. O que é preciso fazer? Trabalhar em conjunto. Envolver o Governo Federal, o Governo do Estado, a Prefeitura de Belém e a sociedade organizada na elaboração de políticas, no planejamento e na execução de ações de combate à violência. Ações preventivas, ações de combate ao crime e ações que evitem que os jovens, especialmente os mais pobres, caiam na marginalidade. É um trabalho conjunto e permanente, sem um minuto de trégua à violência, à insegurança, mas dando oportunidade aos que não querem se tornar bandidos ou viver no mundo do crime.
ANN – Quanto ao trânsito, o que se pode fazer?
PRIANTE – Voltemos ao passado. Há mais de 20 anos, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) apresentou projetos para que Belém não enfrentasse os problemas de trânsito que hoje enfrenta. De lá pra cá, pouco foi feito. O que é pior: os dois prefeitos de Belém nos últimos 16 anos foram tão omissos com relação ao trânsito que sequer conseguiram concluir a Avenida João Paulo II (a antiga 1º de Dezembro). Só agora a prefeitura corre atrás do prejuízo, com projetos pontuais, mas sem olhar o trânsito da cidade como um todo. O BRT (Bus Rapid Transit), que o prefeito quer implantar, vai melhorar o trânsito entre Icoaraci e São Braz, mas e o resto da cidade, como fica? Como fica o trânsito no Entroncamento e na zona urbana da BR-316? Olha o caos que está a Almirante Barroso com o início das obras do BRT. É só o começo, e não tem como não piorar.
ANN – Qual a solução?
PRIANTE – Buscar o entendimento entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Belém. O governo e a prefeitura tem projetos semelhantes. O projeto do governo, o “Ação Metrópole”, atende a Região Metropolitana de Belém. O da prefeitura, o BRT, atende Icoaraci e parte de Belém. Ambos são fundamentais para melhorar o trânsito da capital e das cidades vizinhas. Mas ambos não se entendem. E aí, quem está sendo intransigente e insensato é o prefeito. Por motivos não esclarecidos, o prefeito insiste em fazer a obra sozinho, desprezando a parceria que o Governo do Estado lhe oferece. É nisso que dá ter um prefeito que em vez de somar forças, acha que sozinho vai resolver os problemas da cidade.
Resultado: o governo federal já ameaça cancelar recursos para Belém do programa de mobilidade urbana das capitais. Quem perder com isso? Belém, os moradores, a população que anda de ônibus. Ao contrário do prefeito, eu somei esforços com o Ministério da Integração Nacional e com o Governo do Estado para viabilizar a construção da Rodovia Independência, que será a nova rota para entrar ou sair de Belém sem passar pelo gargalo do Entroncamento. No Orçamento Geral da União de 2012, eu consegui aprovar R$ 87 milhões para a Rodovia Independência. Em um ano a obra será concluída. Esse é o caminho: dialogar, promover o entendimento, somar forças, consolidar parcerias.
ANN – Como pode ser resolvido o problema do saneamento?
PRIANTE – É preciso vontade política e recursos para enfrentar o problema. Construir redes de esgoto, redes de águas pluviais; abrir canais, mantê-los limpos e desobstruídos são ações que dependem da vontade do gestor, mas que exigem elevados investimentos públicos. Se algum dia houve vontade política, faltou à prefeitura recursos para bancar essas obras. Portanto, só existe uma saída: somar forças. Juntar o Governo Federal, o Governo do Estado e a prefeitura. Buscar o apoio do Congresso Nacional para aprovar créditos internos e externos. Foi isso que eu fiz. Com o apoio da bancada do Pará, consegui aprovar no Orçamento da União R$ 20 milhões para a construção da Orla de Belém.
Junto à Funasa, consegui mais R$ 57,2 milhões para implantar rede de água em 14 cidades e construir aterros sanitários em vários municípios. Em 16 anos, os gestores de Belém não conseguiram criar essa ponte com o Governo Federal e com o Governo do Estado para resolver os problemas da cidade. Eu venho rompendo com essa velha e ultrapassada forma de se fazer política. Como diz a canção, “é impossível ser feliz sozinho”.
ANN – Como o PDMB se prepara para as eleições deste ano?
PRIANTE – O PMDB nunca esteve tão bem preparado para enfrentar as urnas em Belém. No atual momento político e diante da crise de gestão da cidade, o PMDB tem uma grande responsabilidade histórica e política. Hoje, o PMDB é o único partido, entre todos os que postulam a prefeitura, capaz de somar forças para tirar Belém do atraso, do isolamento. Somos aliados da presidenta Dilma, somos parceiros do governador Jatene. Sou amigo de longas datas do vice-presidente da República, nosso companheiro Michel Temer. Vários companheiros do PMDB são ministros ou ocupam cargos importantes em ministérios estratégicos. No Congresso Nacional, o PMDB é forte tanto na Câmara quanto no Senado. No caso de Belém, qualquer um dos demais partidos não oferece esse conjunto de potencialidades que o PMDB dispõe. Então, não resta dúvida: o PMDB é o único partido que pode unir todas essas forças em defesa de Belém.
ANN – Com quais alianças o partido já conta para as eleições de 2012?
PRIANTE – A principal aliança do PMDB é com o povo de Belém. Sendo os partidos e seus políticos os legítimos representantes do povo, estamos conversando com todos os partidos, sem distinção. O que pretendemos é construir uma coligação ampla, onde cada partido assuma responsabilidades e compromissos com os destinos de Belém. Temos mostrado que o PMDB reúne todas as condições para liderar essa ampla coligação. E queremos deixar isso bem claro, especialmente para os líderes de cada partido. Se essas lideranças, seduzidas pela expectativa de poder, decidirem lançar candidatos próprios ou apoiar outras candidaturas, mesmo que seja legítimo, isso pode ser um golpe contra Belém.
Escolhas equivocadas, nesse momento, podem levar à instabilidade política e administrativa de Belém e do Pará. Esses líderes, então, serão responsabilizados pelo caos. Serão responsáveis pelo sucesso do fracasso. Fracasso de uma administração sem apoio político, incapaz de governar com todos e para todos. Por isso, nós, do PMDB, cientes da nossa responsabilidade histórica, estamos conversando com todos. Espero, assim, consolidar uma grande força política para enfrentar e vencer os desafios das urnas e, posteriormente, o desafio de governar Belém.
ANN – Politicamente, o que pode ser pior para Belém?
PRIANTE – Hoje, o pior pra Belém é ter na prefeitura um prefeito de visão pequena, estreita, insensível ao presente e incapaz de ver o futuro. Belém vem crescendo sem organização, sem planejamento, sem pensar no futuro. O que a prefeitura está fazendo é apagar incêndio. Ou seja, só age quando o problema aparece. Foi assim na gestão passada, tem sido assim na atual gestão. São 16 anos que a cidade vive à própria sorte. Portanto, o pior pra Belém é um prefeito sem visão e sem apoio político, que seja contra tudo e contra todos. Que em vez de abrir, feche todas as portas. Que não tenha acesso ao Palácio do Planalto, aos ministérios, ao Congresso Nacional, ao Governo do Estado, aos bancos internacionais de desenvolvimento.
Esse tipo de prefeito Belém não merece. Belém precisa de um prefeito com força política para enfrentar os problemas atuais, mas que também prepare a cidade para o futuro, para os desafios que virão. É esta a proposta do PMDB pra Belém. Unir forças, compartilhar responsabilidades, trabalhar em conjunto para resolver os problemas de hoje, sempre planejando e buscando um amanhã melhor pra Belém.
Por Redação ANN em 27/03/2012
2 comentários:
Ei Bacana, diz p Priante dá um passeio lá no blog do barata e ver a traquinagem do presidente do IPAMB.
Égua Priante, eu prefiro ter tido prefeito com visão pequena, do que correr o risco de ter um prefeito como você de MÃO GRANDE.
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