A queda de 35%, ou quase 6 bilhões de litros, nas vendas de
etanol nos últimos dois anos coloca em risco o cumprimento das metas de corte
das emissões de gases de efeito estufa assumidas pelo Brasil. A mudança não era
esperada pelo Ministério do Meio Ambiente, cujo cenário principal para emissão
de gases de efeito estufa pressupunha uso crescente de etanol. A expansão do
biocombustível seria responsável por uma redução de 79 a 89 milhões de
toneladas de gás carbônico lançadas na atmosfera até 2020, numa contribuição
entre 8% e 9% da meta total de corte das emissões com que o governo se
comprometeu em 2009. O aumento de venda de carros flex, que crescia sem parar
desde 2003, deveria continuar no mesmo ritmo, indicou o cenário oficial. Em
2009, os flex já representavam 37% da frota de automóveis, e dominavam a venda
de carros novos.
Mas esse cenário não se confirmou. No ano passado, as vendas de carros flex
caíram pela primeira vez desde o lançamento dos motores com a tecnologia brasileira.
Os licenciamentos de carros flex caíram para 83% do total de carros vendidos em
2011, o menor porcentual em cinco anos, conforme informou o Estado em
fevereiro.
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